BRISA / Rita Schultz
Sentindo-se estranha, pegou a mochila no chão, ajeitou-a nas costas e esperou impaciente. O desejo de sair correndo era quase incontrolável. No entanto, imaginou que ele já tivesse montado e só quando ouviu o trote pelos cascalhos escorregadios é que saiu da casa. Sentiu frio, embora não ventasse mais. Ajeitou as rédeas do alazão e subiu para os arreios, distraída. O trovão distante resmungou e ela assustou-se com a intensidade do barulho. Mas conseguiu acalmar-se e ao animal e trotou para a estrada. Angelo seguia em meio à neblina que caía através das árvores. A égua branca quase se confundia com a paisagem. Quando ele desapareceu completamente, ela pensou que enquanto vivesse jamais se esqueceria daquele vulto em meio à neblina da serra. Capitu e Bentinho ficaram presos para sempre nas páginas do livro dentro da mochila.
A sonhadora e irrequieta Brisa vive marcada por uma tragédia familiar e cresce ouvindo histórias sobre um amor impossível. Apaixona-se por Angelo, um amigo de infância, que vê nela apenas um capricho passageiro. Começa a estudar numa das melhores universidades do país e passa os dias imersa em saudades de Angelo. Custa a acreditar que ele tenha se casado, ignorando completamente o amor que lhe devotou tanto tempo. Decide estudar com afinco, na tentativa de esquecer-se dele. Compreende que a vida só terá sentido se dedicar-se incondicionalmente à profissão. Mal sabe ela que o destino lhe preparou um acontecimento que mudará sua vida por completo... Brisa, segundo volume de Corpo Cindido, é uma deliciosa história de amor e doces confusões, em que a busca pela alegria e pela simplicidade da vida torna-se uma batalha, assim como tudo em nosso dia a dia.
Rita Schultz, mineira nascida em Poços de Caldas, é graduada em Letras. Publicou Poetas Brasileiros de Hoje (1992), Uma Mulher Poemas (2000) e Corpo Cindido (2010).
Serviço:
Brisa
Rita Schultz
Scortecci Editora
Ficção
ISBN 978-85-366-2903-2
Formato 14 x 21 cm
132 páginas
1ª edição - 2012