INVERSOS / Arjé Sousa
A leitura de INVERSOS – Quando é inevitável comparar tende a levar você, leitor ou leitora, a encontrar-se consigo mesmo(a) e/ou com o seu oposto movendo-se intensamente entre gêneros, aparências, preferências, direções, opiniões e pensamentos opostos... e também gostos opostos. Estarão os desiguais em disputa velada, como num cabo de guerra? Ele e ela, os que leem, saberão. E Palinho, Carminha, Valdenízia... passarão por seus crivos, sim. Durante a leitura, você notará a si mesmo(a) percebendo, medindo, pesando por instinto humano; e também involuntariamente perceberá, medirá, pesará o erotismo e o enlace tênue e impregnante implícito ao longo da narrativa – desde o início, notar-se-á comparando inevitavelmente. Será mesmo possível, de algum modo, não evitar esse encontro ou esse confronto consigo mesmo(a) ou com o que se lhe é exatamente o contrário, ao ler INVERSOS – Quando é inevitável comparar?
De um relacionamento trivial a envolvimento casual durante um regime de exceção num país tropical.
Os envolvidos? Limitados, claro – humanos, portanto. Como poderiam saber o que resultaria desse envolvimento? Por isso mesmo, a consciência de suas limitações deveria ser um convite ou mesmo uma convocação à prudência. Nesse contexto, onde fica a “voz do coração”, qual seu lugar legítimo e de direito? Buscam-se respostas. E elas existem. Há que procurá-las. Onde? No que pensam, fazem e dizem os personagens, no cenário, nos eventos, em meio a muita tensão, sentimentos variados e expectativas diversas. Mas atenção: será aquele fim de relacionamento e envolvimento o fim? Porque os experimentos de um invento idealizado por um grupo de acadêmicos inconformados acarretarão consequências decisivas.
Argé Sousa é brasileiro. De Salvador, no estado da Bahia, onde nasceu, saiu bem cedo a conhecer mais do seu imenso país, laborando. Agora na meia-idade, decidiu continuar a conhecer o Brasil e publica este INVERSOS – Quando é inevitável comparar, livro ao qual se propôs mas não sabe exatamente quando o ideou. Guardou, porém, bem guardados seus personagens – que o acompanharam pelo semiárido, pelo equatorial, pelos tropicais e também pelo subtropical, transformando e transformando-se sem se perderem. Brincou, riu, chorou com os personagens; revisitou os lugares de suas andanças, e viu e ouviu com eles, que agora deixar-se-ão ser percebidos por outros. Novos personagens já estão a se aconchegar; sentam-se; e nova prosa começa – assim é com Argé.
Serviço:
Inversos
Quando é inevitável comparar
Arjé Sousa
Scortecci Editora
Ficção
ISBN 978-85-366-6097-4
Formato 14 x 21 cm
200 páginas
1ª edição - 2020