DO ESPANTO AO ENCANTO, EM TODO CANTO, EU CANTO / Fábio Padilha Neves

No presente livro eu cubro um arco de dez anos de produção literária, fora alguns poemas esparsos, aqui e ali, vindo à luz; apenas com a pandemia houve uma série de conjunturas existenciais que me fez retomar a frequência poética dos tempos iniciais, curiosamente em ambos os casos se mantendo o apelo por questões de certa semelhança, ao investir com verve verbal por um viés meditativo e/ou lírico, não deixando de me aprofundar naquilo que as palavras, por suas sonoridades magnéticas, me proporcionam, uma vez que, seja como elaboração reiterada, seja como forja pelo ímpeto da inspiração, tudo o que há de repertório vivencial e estético converge na chance de ser exercido num poema de curta ou média duração com o propósito de desencadear assomos divagantes de percepções elevadas, altamente propícias ao devaneio, num transe suave por situações imagéticas que têm um quê de cinema. Tudo pelo fato de as impressões apreendidas serem suscitadas em grande parte por minhas andanças, ao haver de minha parte disposição aventuresca pelo real, no que tange às descobertas empreendidas entre a consciência e o sonho ali despertados, de tal modo que fosse assim possível evocar todo ocorrido.