EMBRULHA PRA VIAGEM / Gilvan Alves Anastácio
EMBRULHA PRA VIAGEM é tipo aquele doce que a gente compra na melhor confeitaria: é bonito de se ver pelo talento e sensibilidade da Gabriella e é uma delícia de saborear pela capacidade do Gilvan de transformar momentos simples da vida na arte de olhar as coisas de forma diferente e irreverente. A cada página o leitor se surpreende com o sabor da história e, quando termina, fica se perguntando como será a próxima. É uma leitura leve, que descansa e faz rir dos personagens e de si mesmo: por certo todos vivemos situações semelhantes. Quando tive o privilégio de ler os guardados do Gilvan, minha reação foi rápida em insistir com ele para que compartilhasse essas guloseimas intelectuais com o mundo. Em meu dia a dia, leio sobre temas complexos, muito bem escritos e abordados, mas me deparo também com bastante coisa simples escrita de forma vulgar. Transformar o simples em algo que encanta é uma habilidade de poucos, e esses merecem o destaque que seus leitores dão para suas obras para se tornarem escritores consagrados. Pede para embrulhar o seu livro porque vai ser uma viagem!
O escritor deste livro sempre foi daqueles alunos que tinham redações lidas para o resto da sala. Isso aconteceu já na primeira que ele fez na vida. A professora pediu para a turma contar como foram as férias, para onde cada um tinha viajado... Podia até inventar que ganhou um animalzinho de estimação da madrinha, entre outras dicas sedutoras. Mas logo veio o choque de realidade:
— Professora, eu não tenho madrinha — informou o autor com certa apreensão.
— Ah, diz que foi uma tia.
“Titia Amélia. Fiquei muito feliz com o gatinho que a senhora me deu. O nome dele é Escurinho. Ele dorme numa casinha que eu fiz pra ele. Ele come arroz, tomate, pepino...”. A redação seguiu por aí, mas nem tocou em assunto de viagem. Isso era coisa de rico. No início da fase adulta, o autor desenvolveu um vício: ler as crônicas do Luis Fernando Verissimo, semanalmente publicadas na revista Veja. Alguém se lembra disso? Se tivesse vinte, ele empilhava as vinte revistas e lia todas as crônicas. E se contorcia de tanto rir. Nos dois anos que fez do curso de Letras, vários dos textos escolhidos para este livro foram mostrados a alguns professores. De potenciais inimigos por causa de uma briga no primeiro dia de aula, o autor e seu exigentíssimo mestre Nilton Mario Fiorio se tornaram grandes amigos. E foi dali que o sonho de publicar um livro começou a tomar forma. Pai do Vítor e da Talita, o autor trabalha bastante na casa de sua mãe, dona Maria, uma velhinha brava e muito bonitinha, que se dá bem demais com a segunda nora, a risonha Valéria. Ivan, Lorenzo e Yasmim completam essa lista.
Serviço:
Embrulha pra Viagem
Crônicas Para Ler no Avião ou Embaixo da Árvore
Gilvan Alves Anastácio
Ilustrações: Gabriella Nuvolari
Scortecci Editora
Crônicas
ISBN 978-85-366-6362-3
Formato 15 x 22 cm
96 páginas
1ª edição - 2023