ROSILENE VALERIO - AUTORA DO LIVRO "O QUE MEU PEQUENO JARDIM ME ENSINOU"

Rosilene Valerio é paulistana do Bairro de São Miguel, o qual tem orgulho de ter nascido e crescido em um rico ambiente de movimentos culturais, religiosos e políticos que lhe ofereceu uma forma peculiar de ver, ouvir, viver e atuar no mundo que a cerca. Desde a infância, mostrou interesse pela literatura e escrita, traços que herdou de seu pai Francisco Valerio da Silva, portanto reafirma: Escrever é uma necessidade da alma, contar histórias um prazer de estar com o outro. Participou de várias antologias e lançou seu primeiro livro Poesia terapia em 1999, pela Editora Scortecci , sendo que O que Meu pequeno jardim me ensinou de 2024, seu sétimo. Graduada em Pedagogia, com pós em Psicodrama, Psicologia Junguiana e Arteterapia. Atua como Pedagoga Psicodramatista, Arteterapeuta Junguiana, Contadora de História e Facilitadora de SoulCollage(R).

O que meu pequeno jardim me ensinou
Rosilene Valerio em O que meu pequeno jardim me ensinou, relata em versos a experiência de um jardineiro bem-intencionado e empenhado no cultivo das plantas que germinam e florescem no jardim sob suas responsabilidades, mas que não detém conhecimentos e habilidades para o trato das diversas espécimes que ali nascem, vivem e convivem. Durante o cultivo, o jardineiro vai observando, refletindo e aprendendo como atender as necessidades das plantas e como lidar com as interações entre os animais, insetos, pragas e a vegetação que quer proteger ao mesmo tempo que faz livre analogias com a vida psíquica e social a qual está inserido. Nas entrelinhas nos traz uma reflexão sobre uma consciência ecológica e um convite para apurarmos nosso olhar para o mundo que nos passa desapercebido e que está tão próximo de nós, pois por menor que seja nossa ação afeta tanto a vida no microssistema como no macro.




ENTREVISTA

Olá Rosilene. É um prazer contar com a sua participação no Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro?
O que meu pequeno jardim me ensinou, relata em versos a experiência de um jardineiro bem-intencionado e empenhado no cultivo das plantas que germinam e florescem no jardim sob suas responsabilidades, mas que não detém conhecimentos e habilidades para o trato das diversas espécimes que ali nascem, vivem e convivem. Durante o cultivo, o jardineiro vai observando, refletindo e aprendendo como atender as necessidades das plantas e como lidar com as interações entre os animais, insetos, pragas e a vegetação que quer proteger ao mesmo tempo que faz livre analogias com a vida psíquica e social a qual está inserido. Nas entrelinhas nos traz uma reflexão sobre uma consciência ecológica e um convite para apurarmos nosso olhar para o mundo que nos passa desapercebido e que está tão próximo de nós, pois por menor que seja nossa ação afeta tanto a vida no microssistema como no macro.
 
Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
O livro surgiu com a criação do jardim durante a construção da minha atual residência. Enquanto cultivava as ervas, flores e arbustos numa ação solitária, ia refletindo sobre as situações do meu cotidiano e da sociedade, elaborando leituras já feitas e impasses que se apresentavam no momento vivido. A ideia ficou no imaginário e só em 2020 e em plena pandemia consegui registrar as reflexões que cultivei com o decorrer do tempo e contato com novas aprendizagens. Embora o texto pareça simples, existem situações que apenas um indivíduo adulto entenderia a simbologia nele contida, e que para a criança ficaria no encanto do campo do imaginário. Por isso depende do amadurecimento de cada leitor a mensagem a desvelar.
 
Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
A escrita é uma das possibilidades de eu estar, atuar e me colocar no mundo. A poesia me traz uma leitura da realidade oculta e sensível mesmo que esta seja cruel a olho nu. Não é uma fuga existencial, é antes de tudo um mergulho no próprio ser e uma tentativa de apreender aquilo que não é teu e sim do outro e torná-lo uma joia, uma conta em seu colar de pérolas. Escrever é uma necessidade da minha alma para elaborar sentimentos, emoções, apreender o meu entorno e cantar minha aldeia ao povo de outras aldeias, conhecer minha gente e interagir com outros tão diferentes, por isso, escrever é uma ação inerente ao meu espírito assim como a respiração o é para minha vida física. Publicar o que escrevo é um deleite, ter leitores uma gratidão e um prazer compartilhado. Cada livro publicado, um sonho realizado, uma ideia solta ao vento, um salto na imortalidade ...
 
O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Considero esse assunto um tanto complexo e polêmico, pois colocar-se no papel de escritor ou de leitor demanda um custo financeiro, energia psíquica criativa que recai num sistema capitalista seletivo e cultural muito perverso. Como “cria” da periferia tive o privilégio de nascer numa família afrodescendente alfabetizada, convivi com meus avós e bisavós que gostavam de contar histórias, tinham estantes de livros e prestavam serviços assistenciais à comunidade local com os próprios recursos ou que angariavam. Meu primeiro contato com mundo das letras foi a Literatura de cordel e meu pai era um ávido leitor e compunha música (embora nunca tenham sido publicadas); portanto tinha uma áurea mágica na minha infância, o que me faz investir independente do retorno financeiro ou não na minha produção escrita. Neste contexto nossa realidade brasileira é diversa e são muitos fatores que concorrem para a desvalorização de hábitos de leitura do livro físico, porém me falta dados para discorrer mais objetivamente sobre este assunto vista que o mundo digital vem modificando e democratizando hábitos culturais como um todo, disponibilizando gratuitamente literatura clássica, lançando novos autores, barateando o processo literário como um todo. Eu ainda “sou das antigas”; gosto de sentir o cheiro do livro novo, folhear página a página, ter um livro sempre disponível em minha bolsa e abrir em qualquer lugar independente da “internet”. Considero este hábito um “luxo”, pois tenho dificuldade de oferecer e divulgar minhas próprias obras, pois ser autor autônomo demanda uma série de habilidades de marketing, que não detenho e que ainda não terceirizei...
 
Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
No final da década de 90, tive contato com a poetisa Valdice Ribeiro, escritora autônoma, que me encantou com sua produção literária e forma de divulgar sua obra em Saraus, Oficinas de Leitura e Escrita Criativa, a qual nos tornamos amigas e me indicou a Editora Scortecci, que estou até os dias de hoje.
 
O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Todo texto que se apresentou a mim, sempre deixou uma mensagem e ampliou um cantinho da minha alma, portanto” O que meu Pequeno Jardim me ensinou” tem um pouco de cada autor e de cada ser vivo que escreveu uma linha na minha jornada até este momento. Passear por entre os versos do “O que meu pequeno jardim me ensinou” é também um convite ao leitor para conhecer o seu próprio jardim interno ...

Maria Cristina Andersen
Revista do Livro

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