(DES) APRISIONAMENTOS / Janete Santos
O título do livro aponta para as situações reportadas, nas crônicas, e narradas, nos contos. Trata-se, em sua maioria, de situações do dia a dia, que mostram as personagens presas, acorrentadas no "ringue cotidiano" ("sapos do cotidiano"). Alguns exemplos desse tipo de aprisionamento são os medos (do computador, por exemplo), os dilemas (dos consumidores), o pânico (em assaltos) e o preconceito (de brasileiros pelos próprios brasileiros). Ao mesmo tempo, o título faz alusão ao inverso disso tudo, os "desaprisionamentos", que aludem à possibilidade que os seres humanos possuem de se desvincularem dessas amarras, através da escrita, uma atividade catártica. Em outros termos, os "desaprisionamentos" são a "ficção" que, de fato, revela não somente situações imaginárias, mas também percepções, observações e reflexões de quem escreve (como não poderia deixar de ser). O neologismo do título pode, também, se referir à tênue linha que separa ficção e realidade, conforme retratado em Os condenados, um conto de fadas, com elementos de uma tragédia grega; ou em Viagens, um conto de ficção científica; ou até mesmo em Grafoterapia, em O sortilégio de Dante e em Rubilota, que se situam no limiar entre a ficção e a realidade.
Dra. Eunice R. Henriques/UNICAMP/PUC-Minas (Virtual)
O escritor francês, Jorge Luis de Buffon, disse uma frase que se tornou célebre: Le style c'est l'homme - O estilo é o homem. Mesmo involuntariamente, as pessoas acabam imitando aqueles com os quais convivem. Diferente é a maneira peculiar de escrever, aquilo que chamamos de estilo. Cada pessoa tem o seu que é inconfundível. Alguém poderá até tentar imitar determinado estilo de uma pessoa, mas é apenas uma imitação porque o estilo se confunde com o escritor, como disse o Conde de Buffon.
José Francisco da Silva Concesso - Escritor, Vice-Presidente da ACALANTO
Janete (Silva dos) Santos é membro da Academia de Letras de Araguaína e Norte Tocantinense (ACALANTO), licenciada plena em Letras, pela UFPA/UNIFAP, mestre e doutora em Linguística Aplicada, pela Unicamp, e professora adjunta de Língua Portuguesa do curso de Letras da Universidade Federal do Tocantins/UFT (campus de Araguaína), onde desenvolve pesquisas tematizando o ensino e a aprendizagem sistemáticos de língua materna no estado do Tocantins. É associada à REBRA (Rede de Escritoras Brasileiras) e à APES (Associação Amapaense de Escritores), integrando, juntamente com vários poetas de diversas partes do país, o Portal do Poeta Brasileiro, idealizado e moderado pela poeta e ativista cultural Aline Romariz, contribuindo, outrossim, com publicações literárias em algumas antologias nacionais, sendo, atualmente, a representante da Rebra no estado do Tocantins. (Des)Aprisionamentos é seu terceiro livro de crônicas e contos. Por apreciar também o labor de escrever poemas, JS já publicou 02 livros individuais de poesia: Tecendo imagens e Mosaicos; assim como mais dois do mesmo gênero, publicados, porém, em parceria, cada um, com mais duas poetas. É natural de Macapá (AP), onde nasceu em 01 de junho de 1967 e residiu até meados de 2003, pois, aprovada em concurso público para universidade federal, mudou-se em outubro do referido ano para o estado do Tocantins. No Amapá, estudou durante 08 anos na Escola Dr. Alexandre Vaz Tavares; durante um ano, no Colégio Feminino (hoje Escola Irmã Santina Rioli), e fez o curso Pedagógico (magistério/segundo grau) no antigo IETA. Filha de Jurandir Moraes dos Santos e de Osvaldina Ferreira da Silva, Janete seguiu a carreira dos pais desde 1986, quando lecionou, em Ferreira Gomes (AP), para o nível primário, passando, gradativamente, aos demais níveis de ensino (ginasial e colegial) até chegar a exercer a docência também em universidade a partir do ano 2000.
Serviço:
(Des)Aprisionamentos
Janete Santos
Scortecci Editora
Contos
ISBN 978-85-366-2257-6
Formato 14 x 21 cm
100 páginas
1ª edição - 2011